quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Feliz Ano Novo de São Pedro Julião Eymard.

Venha a nós o vosso Reino! Que o Reino de Nosso Senhor se dilate e se aperfeiçoe, tais devem ser nossos suspiros de amor, neste primeiro dia do ano novo. Que seja conhecido e amado nos lugares onde não é conhecido e amado. Que todos completem em si a obra da Encarnação e da Redenção. E onde é Nosso Senhor conhecido e amado? Ah! Pequeno, bem pequeno reino de Jesus Cristo. Há trezentos anos que os homens pisam sobre seus direitos como sobre os da Igreja. Perseguem a Nosso Senhor. Arrancam-lhe templos e povos. Oh! Quantas ruínas eucarísticas!

Tão numerosos são os povos que jamais receberam a luz da Fé! Como poderá Nosso Senhor estabelecer neles seu reinado? Bastaria um Santo. Desejar, portanto, a Nosso Senhor bons sacerdotes, verdadeiros apóstolos, deve ser objeto de nossa prece confiante. Poderemos abandonar os pobres e infiéis que não conhecem nem o Pai celeste, nem a terna Mãe, nem Jesus seu Salvador, entregues como estão ao seu mísero estado? Ah! Que crueldade! Entenda-se, amplie-se o Reino de Nosso Senhor pelas nossas orações. Recebam os pagãos a luz da Fé, conheçam o Salvador! Tornem os hereges e cismáticos ao aprisco, unidos sob o cajado do Bom Pastor!

E por entre os católicos, qual o reinado de Jesus Cristo? Rogai incessantemente pela conversão dos maus católicos, cuja fé é, por assim dizer, inexiste. Pedi a conservação da fé para aqueles que ainda a têm. Pedi essa mesma graça para todos os membros de vossa família, pois enquanto existir esse resto de união a Nosso Senhor, haverá esperança. Judas, ao lado do Salvador, dispunha de maios necessários à salvação: bastava-lhe apenas uma palavra; mas quando abandonou o Mestre, consumou-se o mal e ele se precipitou no abismo profundo.

Pedi, pelo menos, a conservação da Fé em Jesus Cristo, num ou noutro Mistério.

E, para trabalhar pela preservação da Fé, adotai uma linguagem cristã, toda impregnada dessa mesma Fé. Mudai o modo de falar do mundo. Consentimos, por indigna tolerância, que Nosso Senhor seja afastado dos costumes, das leis, da polidez, ao ponto de não ousarmos nos referir a Jesus Cristo numa reunião um tanto mista.

Mesmo entre os católicos praticantes, chamaríamos a atenção se falássemos de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento. Há tantas almas, dir-se-ia, que não cumprem com o dever pascal, que não vão à Missa, que grande é o receio de ferir um conviva, talvez o próprio anfitrião, que se encontra nesta situação. Falar-se-á arte religiosa, das verdades morais, das belezas da religião, mas de Jesus Cristo na Eucaristia, nunca! Pois bem, mudai de rumo. Fazei profissão aberta da Fé. Sabei dizer Nosso Senhor Jesus Cristo, e nunca só Cristo. É preciso, afinal, mostrar que Nosso Senhor tem direito a viver, a reinar na linguagem da sociedade. É desonra para os católicos ocultarem a Nosso Senhor como o fazem. Urge mostrá-lo por toda a parte. E quem professar francamente sua fé, quem ousar pronunciar o Nome de Jesus Cristo, se colocará à altura de sua Graça. Saibam todos, em público, qual a nossa Fé.

Os princípios ateísticos são proclamados. A absoluta negação é ostentada, enquanto nós não ousamos sequer afirmar nossa Fé e pronunciar o Nome do divino Mestre. Cumpre-nos fazê-lo, pois esses pobres ímpios são possuídos pelo demônio, ou, pelo menos, obsessos. Pois bem! Contra esses demônios, oponde o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tomassem todas as alma de fé resolução de falar destemidamente de Nosso Senhor, mudariam em breve a face do mundo e acabariam por tornar natural a sua ideia. O grande século se aproxima. Os dois exércitos enfrentam-se. O ecletismo faliu, graças a Deus. É preciso ser bom ou mau, de Jesus Cristo ou de Satanás. Ah! Confessai a Jesus Cristo; pronunciai-lhe o Nome. Ele é vosso estandarte, sabei trazê-lo galharda e altivamente.



Finalmente, reine Nosso Senhor em vós, onde já se acha, em vossa alma. Mas para que Ele reine completamente, resta ainda algo a fazer. Por enquanto, apenas vos conquistou, mas não reina ainda tranquilamente, num reinado de paz e de amor. As fronteiras não lhe pertencem em sua totalidade – e que soberano reinará completamente se não dispuser de todos o pontos de seu Estado?

Conhecei cada vez mais a Nosso Senhor. Penetrai na sua Vida, nos seus Sacrifícios, nas suas Virtudes eucarísticas. Penetrai no seu Amor. Em vez de vos entregar sempre a vós mesmos, elevai-vos a Ele. Ver-vos nele é bom, mas vê-lo em vós é melhor. Em vez de vos cultivar a vós mesmos, cultivai, fazei crescer a Nosso Senhor em vós mesmos, cultivai, fazei crescer a Nosso Senhor em vós. Pensai nele, estudai-o nele mesmo. Penetrai nele. Nele tereis de que viver, Ele é grande, é infinito. É a estrada larga e real que engrandece a vida!
Excertos do livro: A Divina Eucaristia, Volume 1, São Pedro Julião Eymard,


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