CICLO DO NATAL:
MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO
Conclusão: TEMPO DA EPIFANIA
Manifestações do Senhor
O Tempo da Epifania celebra as manifestações do
Salvador aos povos pagãos (representados nos Reis Magos) e aos representantes
do povo escolhido no dia em que, ao ser batizado, foi apontado pelo Pai
Celestial como seu filho muito amado, que veio salvar o mundo com o sacrifício
da cruz e com a palavra das verdades celestiais: Este é o meu filho bem amado:
escutai-o!
COMENTÁRIO DOGMÁTICO. O tempo da
Epifania recorda particularmente os seguintes fatos: a) a adoração dos Reis
Magos, a 6 de janeiro; b) a manifestação da sabedoria e vocação de Jesus,
quando de sua ida ao Templo aos doze anos; c) a prodigiosa manifestação divina
por ocasião de sue batismo no Jordão.
COMENTÁRIO ASCÉTICO. A vocação dos
Reis Magos para o presépio de Jesus e a própria vocação de Cristo que diz
“dever ocupar-se nas coisas do Pai celestial”, lembram-nos quão importante seja
na prática da vida cristã a virtude do desapego das coisas, de pessoas e da
própria vontade para seguir a lei de Deus.
COMENTÁRIO
LITÚRGICO. O Prefácio da Epifania convida-nos a meditar a grande lição deste
Tempo: Cristo, aparecendo revestido de nossa natureza humana, fez brilhar aos
nossos olhos a luz de sua vida imortal e eterna. Não deixemos que se apague em
nós a luz de sua graça e de seus exemplos: sigamo-lo até contemplá-lo e
possuí-lo na luz da bem-aventurança eterna.
(Fonte: Missal Romano Cotidiano,
Edições Paulinas, 1964, pág. 117)
VERDADES
LIGADAS À FESTA DA EPIFANIA
1
– Jesus Cristo depois de ser revelado aos hebreus quis manifestar-se também aos
gentios, na pessoa dos Magos, para significar que “de dois povos formava um só”
(Ef
2, 14) e que todos chamava à conversão e à fé. Por isso hoje é a nossa
festa, a festa dos povos pagãos, convertidos ao cristianismo.
2
– O mistério da Epifania prolonga-se ainda através dos séculos e seus frutos
renovam-se na conversão dos infiéis, dos hereges, dos cismáticos e dos
pecadores e na santificação dos justos.
3
– O ouro dos Magos significa a realeza de Jesus Cristo e o nosso amor por ele.
O incenso a sua divindade e a nossa oração (adoração); a mirra a sua humanidade
e a nossa imolação (mortificação).
(Fonte: Missal Romano Cotidiano,
Edições Paulinas, 1964, págs. 122 e 123)
(No antigo calendário litúrgico)
I Domingo depois da Epifania
SAGRADA FAMÍLIA
II classe – Branco
A
devoção à Sagrada Família alcançou grande popularidade no século XVII,
propagando-se celeremente não só na Europa, mas também nos países da América. A
festa, instituída por Leão XIII, em 1883, foi estendia por Bento XV à Igreja
Universal.
A
festa tem por finalidade dar às famílias cristãs um modelo e um exemplo a
imitar e um padroeiro a quem recorrer. “Os pais de família têm em São José um modelo
admirável de vigilância e solicitude paterna; as mães podem admirar na Virgem
SSma. um exemplo insigne de amor, de respeito e de submissão; os filhos têm em
Jesus, submisso a seus pais, um exemplo divino de obediências; os pobres
aprenderão a ter mais em conta as virtudes do que as riquezas; os operários e
todos os que sofrem, devido à sua condição pobre, terão motivo e ocasião de
alegrar-se pela sua sorte em vez de entristecer-se, porque têm de comum com a
Sagrada Família as fadigas e os cuidados da vida cotidiana” (Leão XIII).
(Fonte: Missal
Romano Cotidiano, Edições Paulinas, 1964, pág. 123)
A FAMÍLIA CRISTÃ
A família, de
instituição divina, é o núcleo fundamental da Igreja e do Estado, a fonte em
que se renova perenemente a base da vida religiosa e civil. As colunas da vida
familiar são a fidelidade e a santidade dos cônjuges, a geração da prole
segundo os princípios da lei divina, a educação cristã dos filhos, a obediência
e a submissão ao poder paterno.
Os
pais têm o dever de amar os filhos, de cuidar da sua vida (saúde, alimento,
vestuário, patrimônio) e de prover à sua educação religiosa e civil (bom
exemplo, correção, vigilância). Os
filhos devem retribuir com amor, com o respeito (estima, veneração) e com a
obediência em todas as coisas lícitas e honestas.
O
quarto mandamento ordena-nos amar, respeitar e obedecer, além dos pais, também
os superiores em autoridade, os quais devem corresponder, para com os súditos,
com o amor, o auxílio e o interesse espiritual e material. Em particular os
patrões para com os servos têm o dever de dar o devido salário, necessário para
si e para a família, e de lhe dar trabalho segundo as forças de cada um; os
empregados devem cumprir com consciência o trabalho confiado.
(Fonte: Missal Romano Cotidiano,
Edições Paulinas, 1964, pág. 127)
O MATRIMÔNIO
O Matrimônio é
o sacramento que une o homem e a mulher indissoluvelmente, como estão unidos
Jesus Cristo e a Igreja, sua esposa, e dá-lhes a graça de santamente conviverem
e de educarem cristãmente os filhos (graça
sacramental). A essência do Matrimônio está no contrato natural, com o qual
o homem e a mulher fazem (matéria) e
aceitam (forma), com sinais ou
palavras, a mútua oferta do próprio corpo, em ordem à procriação da prole (fim principal) e à mútua fidelidade,
amor e assistência (fim secundário).
Os ministros do Matrimônio são os mesmos
esposos, que o contraem e que exprimem o mútuo consentimento diante do Pároco
(ou do Bispo Diocesano), ou de um sacerdote delegado e diante de duas
testemunhas.
Somente a
Igreja tem poder sobre o Matrimônio dos cristãos; o Estado é competente nos
efeitos civis, somente. Os esposos católicos, que contraem somente Matrimônio
civil, são considerados pecadores públicos.
O divórcio,
isto é, a dissolução do matrimônio vivendo ainda os cônjuges, é absolutamente
proibido por Deus. Por motivos graves é somente permitida a separação das
pessoas e dos bens.
Na escolha do
estado conjugal, que é a vocação mais comum, são necessárias a oração, a
prudência, a pureza, a instrução religiosa.
(Fonte: Missal Romano Cotidiano,
Edições Paulinas, 1964, pág. 136)
A VIRTUDE DA FÉ
A
fé é aquela virtude sobrenatural pela qual cremos, por autoridade divina, o que
Deus revelou e nos propõe a crer, por meio da Igreja. Deve ser firme,
indestrutível, sincera universal.
A
fé é necessária para nos salvarmos.
Mas o conhecimento das verdades reveladas não urge do mesmo modo: a) a
existência de Deus remunerador e os dois ministérios principais da fé são
necessários de necessidade de meio;
b) o Credo, o Pai-Nosso e a Ave Maria, o
decálogo e os Sacramentos, são necessários de necessidade de preceito; c) as outras verdades, basta crer com um
ato geral de fé, sem excluir nenhuma.
Os
atos de fé (oração, sinal da cruz, jaculatórias...) obrigam: a) perante Deus, no início do uso da razão,
nas tentações e nas dúvidas contra alguma verdade, no cumprimento de importantes
deveres cristãos e no perigo de morte; b) perante
os homens confessando e defendendo a fé, sem temor respeito humano, contra
quem a nega, fala mal dela e a blasfema.
(Fonte: Missal Romano Cotidiano,
Edições Paulinas, 1964, pág. 141)
AS PAIXÕES E OS
VÍCIOS
As
paixões são comoções ou movimentos violentos da alma, que, se não forem
moderados pela razão, arrastam ao vício e, muitas vezes, também ao delito.
O
vício é o hábito de fazer o mal adquirido, repetindo-se atos maus. Os vícios
principais são os sete capitais, que se chamam assim porque são cabeça e origem
dos outros vícios: soberba, (estima exagerada de si), avareza (desejo excessivo
das riquezas), luxúria (uso dos prazeres ilícitos da carne), ira (vingança,
contra a razão), gula (avidez do comer e do beber), inveja (tristeza pelo bem e
alegria pelo mal alheio), preguiça (descuido dos próprios deveres ou
negligência).
Aos
vícios capitais opõem-se estas virtudes: a humildade (exata estima de si), a
liberdade (generosidade na esmola), a castidade, a paciência, a sobriedade nos
alimentos e nas bebidas, a fraternidade (ou benevolência), a diligência ou zelo
no serviço de Deus.
(Fonte: Missal Romano Cotidiano,
Edições Paulinas, 1964, pág. 145)
AS VIRTUDES EM GERAL
A
virtude é uma disposição constante da alma a fazer o bem. Podem ser naturais (ou adquiridas), que se
adquirem com nossas forças, repetindo atos bons, e sobrenaturais (ou infusas) que nos são dadas diretamente por Deus.
Estas últimas distinguem-se em teologias (têm
a Deus por objeto): fé, esperança e caridade; e em morais (indagação do bem), cujas principais são a prudência, a
justiça, a fortaleza e a temperança (honestidade no viver) e a virtude da
religião (dar a Deus o culto devido).
As virtudes
morais aumentam-se se repetindo atos bons, enfraquecem-se e perdem-se se
diminuindo os mesmos e fazendo atos maus. Repetindo tais atos maus, degenera-se
no vício e, talvez, até mesmo no delito.
A virtude que
rege os nossos costumes e as nossas ações é a prudência, que dirige os atos ao devido fim sobrenatural, faz
discernir os bons dos maus e fazer usar os meios bons. É necessária para a
salvação.
(Fonte: Missal Romano Cotidiano,
Edições Paulinas, 1964, pág. 150)