“Memento, homo, quia pulvis es, et in púlverem revertéris” Gen. 3,
19.
O rito da
bênção e da imposição das cinzas abre oficialmente a Quaresma, já começada à
meia-noite. Os Padres dos primeiros séculos fazem freqüentes referências à
penitência “in cinere et cilício” dos cristãos, aliás já em uso entre os
hebreus e os pagãos. A verdadeira penitência pública e oficial foi introduzida
na igreja nos séculos V e VI.
“O
período da penitência canônica começava na Quarta-feira de Cinzas e estendia-se
até a Quinta-feira Santa. Em Roma, no século VII, os penitentes se apresentavam
aos Sacerdotes a isso delegados, faziam sua confissão e, se era o caso, recebia
uma veste de cilício, coberta de cinzas, ficando impedidos de entrar na igreja
e com ordem de retirar-se a algum mosteiro onde pudessem cumprir a penitência
da Quaresma” (Cardeal Schuster).
Em
outros lugares, os penitentes cumpriam na própria casa a penitência imposta.
“Era, porém, uso geral começar a Quaresma com a Confissão, não só para
purificar a alma, mas também para poder receber mais frequentemente a santa
Comunhão no período sagrado” (Righetti).
No
século X, caindo em desuso a penitência pública, introduziu-se o costume de
impor as cinzas também aos fiéis, uso que bem cedo se generalizou e foi
aprovado por Urbano II.
As
cinzas se obtém queimando as palmas e oliveiras bentas no ano precedente no
Domingo de ramos, são símbolo da morte e da caducidade das criaturas, (às quais
o pecador se volta quando comete o pecado): elas mesmas admoestam-no a voltar a
Deus com a penitência sacramental e a humildade. Aos fiéis que as recebem com
devoção, o sacramental da imposição das Cinzas obtém a verdadeira compunção, o
perdão dos pecados, a saúde da alma e do corpo, a vitória sobre os espíritos
malignos e, sobretudo, a graça que santificará a Quaresma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário