terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

QUARESMA: A ESMOLA, A ORAÇÃO E O JEJUM.


Salve Maria! Aqui uma reflexão sobre o tempo litúrgico da Quaresma, pelo excelentíssimo reverendíssimo Dom Tomé Ferreira da Silva, Bispo Diocesano de São José do Rio Preto, SP. Oremos por nossos pastores e ofereçamos nossas penitências quaresmais por eles, para que saibam apresentar a verdade católica nos dias de hoje.
Pela salvação das almas e glória de Deus!



QUARESMA: A ESMOLA, A ORAÇÃO E O JEJUM.

A vida litúrgica da Igreja Católica Apostólica Romana tem dois grandes núcleos: a ressurreição e o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os fiéis se aproximam da celebração litúrgica destes eventos da salvação com uma adequada preparação desenvolvida ao longo dos tempos denominados de quaresma e advento. As celebrações das duas solenidades são prolongadas através do tempo pascal e do tempo do natal.

A Quaresma, precedida pelo carnaval que originalmente era restrito a uma terça feira quando se despedia das festas na iminência de começar um retiro espiritual, é um tempo sóbrio e austero, marcado por três obras bem específicas: o jejum, a oração e a esmola, muito bem descritos no Evangelho de São Mateus, capítulo seis, versículos um a dezoito.




Para nós, fiéis da Igreja Católica Apostólica Romana, a quaresma é tempo sério de penitência e conversão que não deve ser vivido do mesmo modo como os outros dias do ano. O modo como ele é assumido é determinante para a forma como se viverá a semana santa, de maneira especial o Tríduo Pascal, coração da vida cristã e litúrgico-sacramental da Igreja. Brincar com a quaresma é não levar a sério a salvação de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez (...) Faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa”(Mt 6, 2-4).

A esmola, expressão viva da caridade, sobretudo quando se partilha o necessário, é modo saudável de restabelecer a fraternidade entre as pessoas, sempre ferida pelo pecado do egoísmo. Ela pode constituir-se, se o quisermos, num degrau para que num determinado ponto de nossa evolução espiritual façamos de nós mesmos uma oferta, doação de si ao Pai do Céu, como fez Nosso Senhor Jesus Cristo ao longo de sua vida, sobretudo no mistério de sua crucifixão e morte.

“Você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram (...) Orem assim: Pai nosso, que estás no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo. Venha o teu reino. Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu! Dá-nos hoje o alimento que precisamos. Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam. E não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal”( Mt 6, 5-14).

A oração quaresmal é oportuno instrumento que permite solidificar a relação do fiel cristão com Deus centrando-o na vida do próprio Deus, abismo de amor que atrai a pessoa humana para si plenificando e saciando os seus desejos mais íntimos e profundos. “Quem reza é salvo, quem não reza se condena”, afirma um conhecido adágio popular. É impossível ser amigo de Nosso Senhor Jesus Cristo e filho da Igreja Católica Apostólica Romana sem dedicar-se a uma consolidada vida de oração no tempo da quaresma.

“Você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa”(Mt 6, 16-18).

Jejuar é abster-se de algum alimento ou bebida, ou até de algum comportamento, em vista de um bem maior, movido por uma causa interior ou de natureza religiosa. A disciplina do jejum contribui decisivamente para o equilíbrio físico, psíquico e espiritual da pessoa. Nosso Senhor Jesus Cristo e também São João Batista praticaram o jejum e nos deixaram o exemplo a ser seguido.

Convido-o a preparar-se para celebrar a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo vivendo bem o tempo da quaresma. Viver bem o tempo da quaresma é vivê-la praticando a esmola, a oração e o jejum. Nossa Senhora das Dores nos ajude a viver bem este tempo de penitência e conversão.

+ Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto, SP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário