sábado, 4 de fevereiro de 2012

LIÇÃO DO CATECISMO - 10

Salve Maria Imaculada! Viva a Cristo na Hóstia Sagrada!
Essa é a última postagem do Catecismo que iniciamos na Quarta-feira, dia 2 de novembro de 2011 (clique aqui para ver o início). Durante o ano estaremos estudando mais sobre a Fé Católica (necessária para nossa salvação: Quicumque vult salvus esse, ante omnia opus est, ut teneat catholicam fidem - Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica). Agradecidos ao Senhor por todo aprendizado, sigamos auxiliados pela intercessão da Bem-Aventurada e Sempre Virgem Maria: 


Sub tuum praesidium confugimus, Sancta Dei Genitrix.
Nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus nostris,
sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta.


IV. PARTE

Vivendo nossa vida divina

64.ª LIÇÃO

Breve estudo sobre as virtudes cristãs

*O que é a virtude cristã?
         A virtude cristã é um hábito que nos aperfeiçoa sobrenaturalmente e que torna mais fácil a prática do bem e da perfeição cristã.
(Mt 5, 48): “Sede perfeitos como também vosso Pai do céu é perfeito”.

*Como se classificam as virtudes?
         As virtudes se classificam em virtudes teologais e em virtudes morais.

*O que são as virtudes teologais?
         Virtudes teologais são as virtudes que se referem diretamente a Deus. São a fé, a esperança e a caridade. Essas virtudes nos são infundidas com a graça santificante.

*O que são as virtudes morais?
         As virtudes morais são aquelas que orienta, e regulam nossa conduta moral segundo os ditames da razão, iluminada pela fé.
         As virtudes morais fundamentais, também chamadas virtudes cardeais, são a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.
         Nessas virtudes cardeais estão como que integradas as outras virtudes morais.


65.ª LIÇÃO

Fé, Esperança e Caridade

I.                  As virtudes teologais:

*Em que consiste a virtude da fé?
         A fé é uma virtude infusa, divina, pela qual nós, iluminados pela graça divina, cremos:
1.º) na existência de Deus;
2.º) nas verdades que Deus revelou e que nos ensina pela Igreja.
         Agradeçamos sempre a Deus esse dom divino, essa luz divina, que nos faz aceitar as verdades sobrenaturais que nos orientam para a vida eterna.
(Mc 16,16): “O que crer será salvo; o que, porém, não crer será condenado”.
Gostemos de rezar, felizes e agraciados, o “Creio em Deus” e a jaculatória: “Creio, aumentai a minha fé”.

*Em que consiste a virtude da esperança?
         A esperança é a virtude que nos faz esperar com humilde certeza as graças necessárias para alcançarmos o céu.

*Qual é a razão e o fundamento da nossa esperança?
         A razão de nossa esperança são os merecimentos de Jesus, nosso Redentor.
(Sl 146, 11): “O Senhor se agrada daqueles que esperam em sua misericórdia”.
(Rm 12,12):“Alegrai-vos na esperança!”. Rezemos sempre: “Cristo, tenho confiança em Vós!”

*Em que consiste a caridade?
         A caridade é a virtude sobrenatural pela qual nós, ajudados pela graça divina, amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
(Mt 22, 37 sg.): “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo teu entendimento”.
         Façamos sempre atos de amor! O ato de amor perfeito, como também o ato de contrição perfeita – que é contrição por amor – unido ao desejo de confessar-se, perdoa os pecados e nos abre as portas do céu.


II.              Virtudes cardeais

*O que nos ensinam as quatro virtudes cardeais?
         1.º) A prudência cristã nos ensina e nos faz procurar, em primeiro lugar, a Deus e a nossa salvação eterna, como bem supremo, preferível a todos os bens deste mundo.
         2.º) A justiça cristã nos faz dar a cada um o que lhe pertence, vencendo o egoísmo e qualquer interesse pessoal.
         3.º) A fortaleza nos ajuda:
                   a) a vencer as tentações: “Não nos deixeis cair em tentação”;
                   b) a carregar com paciência as cruzes da vida, por amor de Deus;
                   c) a enfrentar a luta, e mesmo a morte, em defesa da religião.
         Milhões de mártires nos dão, dessa virtude, o mais comovente exemplo.
         4.º) A temperança nos ensina:
                   a) a controlar nossas más inclinações;
                   b) e a usar com moderação os bens deste mundo, orientando o uso desses bens para a nossa salvação e para o bem do próximo.

III.          As bem-aventuranças

*Quais são as grandes virtudes morais que Cristo recomenda no evangelho?
         Cristo nos recomenda, ou melhor, nos ordena seguir com fidelidade  caminho traçado pelas bem-aventuranças que formam um maravilhoso resumo de seu exemplo divino. As bem-aventuranças se encontram expostas no capítulo 5º de São Mateus. Damos a seguir uma breve síntese das virtudes contidas nas bem-aventuranças. Elas nos ensinam:
1.º) o sincero desapego dos bens terrenos;
2.º) a mansidão caridosa para com o próximo;
3.º) o espírito de penitência;
4.º) o esforço sincero para alcançar a santidade;
5.º) a misericórdia e a justiça para com os irmãos;
6.º) a pureza de coração;
7.º) o amor à paz e a concórdia;
8.º) a coragem heróica em sofrer pela religião e pela justiça.
         Seguir esse roteiro evangélico é suprema garantia de felicidade na terra e no céu.


IV.          Os conselhos evangélicos
*Qual o caminho verdadeiro para alcançar a perfeição cristã?
         O caminho verdadeiro para alcançar a perfeição cristã é imitar Cristo Jesus    e segui-lo com amor no caminho do Calvário.
(Lc 9, 23): “Se alguém quiser seguir-Me, abnega-se, tome a sua cruz e siga-Me”.
“Abnega-se” quer dizer: um grande “não” a si mesmo e um total “sim” ao Cristo crucificado: caminho esse traçado pelos conselhos evangélicos.

*Quais são os conselhos evangélicos?
         Os conselhos evangélicos são:
1.º) a pobreza voluntária;
2.º) a castidade perpétua;
3.º) a obediência perfeita.
         Esses conselhos não são ordens mas, sim, um luminoso caminho para as pessoas escolhidas alcançarem, com mais facilidade, a perfeição cristã. Elas sempre foram e continuam sendo um grande apelo e convite feito aos corações generosos para a santidade e o apostolado.


V.              Os dons do Espírito Santo

*O que são os sete dons do Espírito Santo?
         Os dons do Espírito Santo são graças especiais que Deus infunde em nós no batismo, com a graça santificante, e que, piedosamente vivenciados, ajudam a seguir, com muito mais facilidade e perfeição, as inspirações divinas no esforço para alcançar a santidade.
         Os sete dos do Espírito Santo são:
1.     Sabedoria
2.     Inteligência
3.     Conselho
4.     Fortaleza
5.     Ciência
6.     Piedade
7.     Temor filial de Deus


66.ª LIÇÃO

O pecado

*O que é pecado?
         O pecado é uma livre e consciente desobediência à lei de Deus, ou seja, aos mandamentos de Deus e da Igreja. Essa desobediência à lei de Deus ofende sua divina soberania. Por isso dizemos também que o pecado é uma ofensa a Deus, falta de amor.

*Como conhecemos que uma ação é pecado?
         Conhecemos que uma ação é pecado:
1.º) pela voz de Deus que nos fala pelos mandamentos divinos;
2.º) pela voz da consciência, ou seja, pela voz de Deus que nos fala interiormente;
3.º) pela voz do remorso, que é a voz do Pai e juiz que nos chama a voltar a Ele ou que nos acusa intimamente, caso tenhamos pecado.

*Quando um pecado é, em si, pecado grave?
         Um pecado é, em si, pecado grave ou pecado mortal:
1.º) quando é transgressão de um mandamento divino ou da Igreja em matéria grave;
2.º) quando essa transgressão é cometida com pleno conhecimento da gravidade moral dessa ação;
3.º) quando é cometida com pleno consentimento da vontade.
         Se faltar alguma dessas três condições, só haverá pecado venial ou leve.

*Portanto, quando cometemos um pecado venial?
         Cometemos um pecado venial quando transgredimos a lei divina em matéria leve, ou sem perfeito conhecimento, ou sem pleno consentimento da vontade.

*Por que a transgressão grave dos mandamentos de Deus ou da Igreja se chama pecado mortal?
         Essas transgressões graves se chamam pecado mortal pelas razões seguintes:
1.º) porque destroem ou “matam” em nós a vida divina da graça santificante;
2.º) porque nos roubam ou destroem o direito à vida eterna no céu;
3.º) porque nos tornam merecedores do castigo e do sofrimento do inferno, que é chamado “a morte eterna”.
*O que devemos considerar para melhor compreender a malícia misteriosa do pecado?
         O pecado encerra uma imensa e misteriosa malícia:
1.º) porque é uma ofensa feita à divina majestade de Deus, nosso criador e senhor;
2.º) porque é uma dolorosa ingratidão para com Jesus Cristo, nosso Redentor, que morreu na cruz por causa dos pecados dos homens;
3.º) e porque também é contra o amor para com os outros e nos torna merecedores dos castigos divinos.

*Por que nos devemos esforçar seriamente para evitar também o pecado venial?
         Devemos nos esforçar seriamente para evitar o pecado venial pelas razões seguintes:
1.º) porque todo pecado é uma ofensa a Deus, nosso Pai e Benfeitor;
2.º) porque nos priva de muitas bênçãos divinas;
3.º) porque os pecados veniais, cometidos com freqüência, nos levam a cair no pecado mortal e tolhem o progresso nas virtudes.
(Eclo 19, 1): “Aquele que se descuida das coisas pequenas cairá pouco a pouco”.


67.ª LIÇÃO

Espécies de pecado

*De quantos modos podemos pecar?
Podemos pecar, como diz a linda e humilde oração litúrgica “Confesso a Deus”, por pensamentos, palavras, atos e omissões.

*Quando cometemos pecados por pensamentos e desejos?
Notemos a seguinte consideração importante: Pensamentos e desejos, quando surgem em nosso espírito, ainda não são pecado. São tentações perigosas. Mas, quando livremente e culposamente nelas consentimos, tornam-se pecado. E, quando resistimos, fazemos atos virtuosos e meritórios. Por exemplo, podemos ter assaltos por pensamentos e desejos, de ódio, de vinganças, e outros maus pensamentos e desejos, mas, afastando-os, não cometemos pecado e fazemos atos virtuosos.

*Quando pecamos por palavras e ações?
         Pecamos por palavras, quando falamos ou conversamos coisas más ou pecaminosas. Pecamos por ações, quando fazemos coisas más ou nelas colaboramos.

*Quando pecamos por omissão?
         Pecamos por omissão:
1.º) quando não fazemos o bem que deveríamos e poderíamos fazer;
2.º) quando deixamos de cumprir, culposamente, uma obrigação imposta pela lei de Deus e da Igreja, por exemplo, quando por culpa deixamos de participar da missa aos domingos.

*Que espécies de pecados costumamos distinguir?
         Embora todos os pecados, em última razão, sejam contra a lei de Deus, costumamos salientar categorias de pecados:
1.º) os assim chamados pecados ou vícios capitais;
2.º) os pecados contra o Espírito Santo;
3.º) os pecados que bradam ao céu.

*O que se entende por vícios capitais?
         Os vícios capitais designam, primordialmente, as más tendências e más inclinações da nossa natureza decaída pelo pecado original. Em si, essas más inclinações ainda não são pecado. Como, porém, facilmente arrastam para o pecado, são chamados também pecados capitais. Exemplifiquemos esse assunto difícil e importante. Também os santos têm essas tendências para o mal, para o orgulho, ódio etc. Mas ficaram santos combatendo e vencendo com o auxílio da graça divina. É grande e animadora lição que eles nos dão. Procuremos imitá-los.

*Quais são os vícios capitais, ou seja, essas nossas profundas inclinações para o mal?
         São:
1. a soberba;
2. a avareza;
3. a luxúria;
4. a inveja;
5. a gula;
6. a ira;
7. a preguiça.

*Como se deve combater os VÍCIOS CAPITAIS?
         1.º) A soberba, que é a exagerada estima de si próprio, combate-se pela humildade.
         2.º) A avareza. É o desordenado amor ao dinheiro e às riquezas. Combate-se pela justiça, liberalidade e caridade.
         3.º) A luxúria. É o desregrado abuso do sexo. Combate-se pela castidade e pureza em pensamentos, palavras e ações.
         4.º) A inveja. Consiste em entristecer-se porque outros possuem bens, talentos e qualidades. Combate-se pela caridade obsequiosa e generosa, procurando alegrar-se com a felicidade alheia e promovê-la.
         5.º) Gula. Consiste na intemperança no comer e no beber. Combate-se pela moderação e pela mortificação.
         6.º) Ira ou raiva ou rancor. Consiste em deixar-se dominar e arrastar por esses sentimentos. Combate-se pela mansidão, compreensão e pela humilde aceitação do outro.
         7.º) A preguiça que foge do trabalho, do esforço, faltando até aos deveres mais sagrados. Combate-se pelo amor ao trabalho, pela fidelidade aos próprios deveres e pelo zelo nas boas obras e obrigações religiosas e do próprio estado.

*Por que alguns pecados se chamam PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO?
         O Espírito Santo é o Espírito da Verdade e do Amor. Alguns pecados possuem tal malícia que ferem frontalmente, de modo direto, a verdade e o amor divino. É por essa razão que são chamados pecados contra o Espírito Santo.

*Quais são os pecados contra o Espírito Santo?
         São os seguintes:
1.º) Desesperar da salvação, i.é, não querer recorrer humildemente à misericórdia divina.
2.º) Presunção de se salvar sem merecimentos, i.é, esperar abusivamente só na misericórdia divina.
3.º) Contradizer à verdade conhecida como tal, i.é, opor-se, contradizer cinicamente à verdade que se conhece ser verdade.
4.º) Ter inveja dos favores que Deus concedeu a outra pessoa, i.é, querer prejudicar, opor-se a outras pessoas por causa dos dons, das boas qualidades que Deus lhes concedeu, e por isso uma detestável inveja.
5.º) Obstinação no pecado, i.é, ímpia revolta contra Deus, recusando os conselhos e os meios que lhe trariam a salvação.
6.º) Impenitência final, i.é, obstinar-se propositalmente no pecado na hora da morte, recusando a reconciliação com Deus.

*Quais são os PECADOS QUE BRADAM AOS CÉUS?
         Chamam-se “pecados que bradam aos céus” certos pecados cometidos contra nossos irmãos, que gritam pedindo à justiça divina um justo e severo castigo. São principalmente os seguintes:
1.º) Homicídio voluntário. Pertence a essa categoria de pecados o aborto voluntário e criminoso. “Os homens matam os filhos que Deus quis dar e as guerras matam os filhos que eles quiseram”.
2.º) O pecado impuro, sensual contra a natureza.
(Gn 18, 20): “O clamor de Sodoma e Gomorra aumentou e seu pecado agravou-se extraordinariamente”.
3.º) Oprimir os pobres, órfãos e viúvas.
(Eclo 35, 19): “As lágrimas das faces das viúva sobem”, i.é, clamam ao céu...
4.º) Negar o justo salário aos que trabalham.
(Eclo 34, 26): “Quem tira de um homem o pão de seu trabalho é como o assassino do seu próximo”.

*O que dizer da blasfêmia e da revolta contra Deus?
         A blasfêmia consciente – (muitos blasfemam por mau hábito) -, a revolta satânica contra Deus, assim como os pecados que se cometem por pura malícia, i.é, com a vontade expressa de ofender e injuriar a Deus, devem ser contados entre os mais graves e horrendos pecados.


68ª. LIÇÃO
                          
O importante e consolador estudo sobre a oração

*O que é rezar?
I. Rezar é elevar nosso espírito a Deus:
a) para adorá-lo e louvá-lo como nosso Criador e Senhor;
b) para dar-lhe graças como nosso benfeitor;
c)para pedir-lhe graças e bênçãos como a nosso bondoso pai.
II. Rezar é também falar cordialmente e filialmente com Deus, nosso Criador, nosso benfeitor e nosso pai. É também rezar o falar com Cristo Jesus no sacrário, com Nossa Senhora, com os anjos ou com os santos.
III. Enfim, é também rezar o ouvir com fé e com amor a Jesus, que nos fala pelo Evangelho, ou por alguma boa inspiração, ou pela Liturgia, ou por alguma oração em comum.

*Por que devemos rezar?
Devemos rezar pelas grandes razões seguintes:
1º) Porque Deus o manda expressamente. (Lc 18, 1): “É necessário rezar sempre e não deixar de fazê-lo”.
2º) Porque é sagrada obrigação nossa adorar o Criador e louvar a Deus, nosso Criador e Senhor. (Ef 5, 19): “Cantai e entoai salmos ao Senhor”.
3º) Porque devemos manifestar a Deus, nosso maior benfeitor, a mais sincera gratidão. (1 Tes 5, 18): “Por tudo daí graças ao Senhor, porque essa é a vontade de Deus”.

*Há, além dessas, outras razões que nos movem a rezar?
Sim. Há outras importantes razões que nos devem fazer rezar com fé:
         1º) A oração é necessária à nossa eterna salvação. “Quem reza sempre se salva”.
         2º) A oração nos alcança o perdão dos nossos pecados. “Perdoai as nossas ofensas” – assim nos ensinou Jesus a rezar.
         3º) A oração nos alcança todas as graças e auxílios necessários e úteis. (Mt 7, 7): “Pedi e vos será dado”. (Jo 16, 23): “Em verdade, em verdade, Eu vos digo: se vós pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará”.

*Qual é a mais comovente e decisiva razão que nos leva a rezar sempre?
É o divino exemplo de Jesus!
Exemplo sempre imitado pelos santos, exemplo sempre seguido pela Igreja que é, pela liturgia, a fidelíssima e perpétua orante.

*Quando devemos rezar?
Devemos rezar principalmente:
1º) pela manha e à noite, antes e depois das refeições;
2º) nos perigos e nas tentações para pedirmos a proteção divina;
3º) devemos dar a maior importância nos domingos e dias santos, participando piedosamente do santo sacrifício da missa e da santa comunhão.

*Como atendemos à palavra de Jesus:
“É necessário rezar sempre e não deixar de fazê-lo” (Lc 18, 1)?
Rezarmos sempre:
a)    lembrando-nos, com frequência, de Deus;
b)    oferecendo, pela boa intenção, a Deus nossas ocupações, nossos trabalhos, nossas alegrias e nossos sofrimentos.
É uma bela fórmula de boa intenção: “Seja tudo por amor de Deus!”

*Quais são as grandes qualidades que deve ter nossa oração?
1º) Devemos rezar com fé e confiança. Temos certeza que Deus sempre atende as nossas orações feitas com as devidas disposições. “Em verdade, em verdade, eu vos digo, se pedirdes alguma coisa a meu Pai, em meu nome, Ele vo-la dará”. (Mc 11, 24): “Por isso, Eu vos digo: Todas as coisas que pedirdes orando, crede que as haveis de conseguir e que as obtereis”.
2º) Devemos rezar com humildade. Cremos que nossas orações têm sua eficácia infalível pelos méritos de Cristo e que, por essa razão, seremos atendidos, apesar de nossa indignidade.

*Devemos rezar por nossos parentes, amigos e benfeitores; por nossos amigos e inimigos.
*Devemos rezar pela Igreja, pelo papa, pelos bispos, sacerdotes, religiosos e pelas vocações.
*Devemos rezar pela Pátria e pelos governantes.
*Devemos rezar pelas almas do purgatório. Essa oração é um grande ato de caridade.


69ª. LIÇÃO

A oração dominical

*Qual é a mais bela e a mais excelente das orações?
A mais bela e a mais excelente das orações é o “Pai nosso”, porque foi ensinada por Jesus mesmo, Deus feito homem e sabedoria divina. Chama-se também “oração dominical” por ter sido ensinada por Nosso Senhor.

I.                  Breve explicação do Pai nosso
O Pai nosso consta de invocação inicial e de setes pedidos, que encerram um maravilhoso programa de vida individual e social:

Pai nosso, que estais no céu.
Por essa invocação, nós chamamos a Deus nosso Pai do céu, porque pela graça santificante, que é a misteriosa participação da vida divina, Deus é verdadeiramente nosso Pai. Dizemos “nosso”, para vivermos mais profundamente a verdade de que somos irmãos em Cristo.

II.               Os setes pedidos
Primeiro pedido:
Santificado seja o vosso nome
Pelo 1º. Pedido, suplicamos que Deus seja mais conhecido e mais amado por todos os homens. Esse primeiro pedido é, assim, uma oração apostólica.

Segundo pedido:
Venha a nós o vosso reino
Por esse pedido, suplicamos ao Pai que venha a nós o reino da graça pela difusão da Igreja e venha a nós o reino da glória no céu.

Terceiro pedido:
Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu
Com essas palavras, pedimos ao pai que os homens cumpram a vontade divina, como o fazem os anjos do céu. É um pedido grande e importante. Se os homens atendessem ao que esse pedido encerra, o mundo se transformaria em um reino de paz. Se os sofredores rezassem com fé e amor essas palavras, todos se transformariam em grandes santos.

Quarto pedido:
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Com essas palavras tão singelas, pedimos o nosso sustento diário para o corpo e também para a alma: a comunhão. Se os homens procurassem sinceramente a comunhão, alimento divino que une as almas, não sentiriam a injustiça e a ambição das riquezas que tanto desune os corações.

Quinto pedido:
Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
Esse pedido não só nos fala animadoramente do Pai que sempre perdoa, mas é também um pedido que tem algo de seriamente comprometedor. Devemos perdoar, para sermos perdoados. Jesus mesmo comentou essa verdade em (Mc 11, 26): “Se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está no céu, não perdoará vossas ofensas”. Jesus ensina essa verdade tão importante e às vezes tão difícil também com a parábola do servo cruel. Ele foi perdoado, mas não quis perdoar.

Sexto pedido:
E não nos deixeis cair em tentação
Misteriosamente, Jesus não nos ensina a pedir a Deus que nos livre das tentações, mas nos manda pedir a graça de não sermos vencidos pela tentação. Sofrer tentações e vencê-las é uma vitória espiritual que nos traz muitos merecimentos e progressos nas virtudes e nos alcança muitas graças.
(Tg 1, 12): “Feliz o homem que sofre com paciência a tentação! Porque depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida”.

Sétimo pedido:
Mas livrai-nos do mal
Com estas palavras Jesus nos ensina a pedir:
1º) que Deus nos livre do pecado – o único mal verdadeiro;
2º) que nos livre do mal eterno – o inferno.

“Amém”. Essa palavra encerra um pedido e um desejo: “Que tudo isso que pedimos se realize” segundo o ensinamento de Jesus!


70ª. LIÇÃO

A Saudação Angélica e o Rosário

*Qual é a oração que devemos rezar com mais fé e confiança depois do Pai nosso?
Depois do Pai nosso, devemos rezar com muita confiança e piedade filial a lindíssima oração chamada “Ave Maria” ou “Saudação Angélica”. É uma saudação trazida do céu pelo anjo;

*Quais as razões para essa preferência?
São as seguintes:
1º) A Ave-Maria nos lembra o mistério da Encarnação. Deus se fez homem para nos salvar. “Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”.
2º) Lembra-nos os misteriosos privilégios concedidos à Mãe de Jesus: “cheia de graça”, “o Senhor é convosco”, “bendita entre as mulheres” e a “maternidade divina”.
3º) A saudação angélica é para nós a oração confiante e cordial dos filhos à mãe celestial: “Rogai por nós pecadores, agora (nesta vida) e na hora (decisiva) de nossa morte”.
4º) Além disso, sabemos que a Saudação Angélica é composta pelas palavras do Arcanjo Gabriel, de Santa Isabel, inspirada pelo Espírito Santo e pelas palavras sagradas da Igreja.

*Qual é a prática de devoção a Nossa Senhora mais recomendada?
É a piedosa recitação do Rosário. O Rosário é a devoção mais recomendada por sua grande riqueza espiritual:
1º) O Rosário nos faz meditar e contemplar os grandes mistérios da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus; de sua Ascensão ao céu e da portentosa fundação da Igreja com a vinda do Espírito Santo.
2º) No Rosário repetimos com amor o “Pai nosso”, a bela doxologia “Glória ao Pai” e a “Ave-Maria”.
3º) Além disso, costumamos iniciar a recitação do Rosário com a milenar profissão de Fé do Símbolo dos Apóstolos, o “Creio em Deus Pai”.
4º) E costumamos encerrar o Rosário com a maravilhosa e dulcíssima oração: “Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve!”.

*Há ainda outra razões para estimarmos o Rosário de Nossa Senhora?
Sim. É uma das orações mais recomendadas pelo Papas nos últimos séculos. “O terço é minha oração predileta” (João Paulo II)

Nenhum comentário:

Postar um comentário